segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Dom Spiridon, segundo Eparca Greco-Melquita no Brasil

Dom Spiridon com a Tiara utilizada pelos Bispos Greco-Melquitas.
No peito trás, além da cruz peitoral - simbolo do Episcopado, um ícone - próprio do rito Bizantino.

Lugar dos últimos empenhos ao povo de Deus

Dom Spiridon fez suas últimas atividades como Missionário, Sacerdote, na Diocese da Campanha - MG.
Nossa Diocese é centenária e teve a honra de ser presenteada com a presença deste homem magnífico.


A Diocese da Campanha foi criada pelo papa São Pio X, a 8 de setembro de 1907, pelo decreto pontifício “Spirituali fidelium bonum” (O bem espiritual dos fiéis) e teve como primeiro administrador, o bispo de Pouso Alegre, Dom João Batista Corrêa Nery.
Ao longo de todo o período imperial (1822 – 1889), por causa do regime de padroado e, consequentemente, a união entre a Igreja e o Estado, foram poucas as dioceses erigidas no extenso território brasileiro. Neste período foram criadas somente três novas dioceses no Brasil: Porto Alegre/RS (1848), Fortaleza/CE e Diamantina/MG (1854).
Com a proclamação da República, veio a separação entre a Igreja e o Estado, mediante o decreto 119-A, redigido e apresentado ao governo provisório por Rui Barbosa, em 7 de janeiro de 1890. Este decreto extinguiu o regime de padroado e garantiu a liberdade religiosa no Brasil. Apesar de o novo governo ser de espírito laicista, essa separação deu maior liberdade interna à Igreja, fazendo com que ela buscasse melhor organização. Assim sendo, a partir da referida data, muitas dioceses serão erigidas dentro do território nacional. Dentre essas, destaca-se a Diocese da Campanha.
Foi neste contexto de mudanças políticas e sociais que nasceu, no sul de Minas, um movimento pela criação de uma diocese sul mineira. O sul de Minas, até então, tinha seu território dividido entre duas dioceses: a leste e nordeste do rio Sapucaí, ficava a Diocese de Mariana/MG; a oeste, noroeste e sul do mesmo rio, a Diocese de São Paulo/SP.
No ano de 1891, Bernardo Saturnino da Veiga, proprietário do jornal "O Monitor Sul Mineiro", com sede em Campanha, expede uma circular aos padres do Sul de Minas e lhes lembra a inadiável necessidade de se pedir a criação de um Bispado com sede em Campanha, o que iria premiar toda a região. Depois de muitas dificuldades políticas e econômicas, o anseio de criação de um bispado sulmineiro, com sede em Campanha, acomodou-se.
No ano de 1897, contudo, agita-se com mais veemência a idéia da criação de uma diocese no Sul de Minas. Agora, duas cidades ambicionavam o título de “sede diocesana”: Campanha e Pouso Alegre.
O movimento campanhense foi liderado pelo Vigário Cônego José Teófilo Moinhos de Vilhena, e o de Pouso Alegre pelo Padre José Paulino de Andrade. Houve representações de ambas as cidades ao Internúncio e ao Bispo de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde. Os pousoalegrenses foram mais felizes: tiveram também o apoio de Silviano Brandão, mais tarde Vice-Presidente da República. Sendo assim, a 4 de agosto de 1900, criada a Diocese de Pouso Alegre, pelo decreto pontifício “Régio latissime potens”, de SS. Leão XIII.
Mesmo com a criação da Diocese de Pouso Alegre, a idéia da criação de um bispado campanhense não esfriou. Em 1903, após uma representação de campanhenses ilustres seguir, por recomendação de D. Joaquim Arcoverde, à autoridade eclesiástica, o núncio apostólico no Brasil D. Júlio Tonti visita a cidade da Campanha, reavivando as esperanças de criação de mais uma diocese no sul de Minas.
De 1904 até 1907 muitos trabalharam pela causa da criação da Diocese da Campanha. Dentre os líderes destacam-se o próprio bispo de Pouso Alegre, D. João Batista Corrêa Nery, que não se opôs ao movimento de criação de outra diocese no sul de Minas; Monsenhor João de Almeida Ferrão, campanhense e vigário geral da diocese de Pouso Alegre; o diplomata brasileiro em Roma, Joaquim Nabuco; os padres José Maria Natuzzi e Miguel Martins e os deputados Joaquim Leonel de Rezende e Gabriel Valadão.
Em 1907, quando Campanha tornou-se Diocese, Minas Gerais tinha como Sedes Diocesanas só Mariana, Diamantina, Pouso Alegre, Montes Claros e Uberaba. São posteriores a ela: Araçuaí (1913), Caratinga (1915) e Luz (1918). Belo Horizonte terá seu Bispado só em 1921, e Juiz de Fora, em 1924.
Enfim, depois de muito trabalho foi criada a Diocese da Campanha, desmembrada da Diocese de Pouso Alegre. Doravante, agregaram-se à Campanha as paróquias que, antes de 1900, pertenciam à Diocese de Mariana. O Sul de Minas contava, assim, com duas dioceses no fim da primeira década do século XX.

Problemas da sociedade



Dom Farès Maakaroun é Eparca Emérito da Igreja Católica Greco-Melquita e conviveu com Dom Spiridon. Nesta entrevista fala um pouco sobre suas preocupações, certamente iguais às do nosso Dom Spiridon.

Atual Patriarca da Igreja Greco Católica Melquita Oreintal

Gregório III Laham (árabe: غريغوريوس الثالث لحام) é o atual Patriarca Greco-Melquita de Antioquia e de todo Oriente, Alexandria e Jerusalém, sucedendo Máximo V Hakim.
Nasceu em Daraya, perto de Damasco, Síria, em 1933, com o nome de batismo Loutfi Laham. Com 11 anos, ingressou no Seminário de São Salvador dos Padres Basilianos Salvatorianos em Shoof, Líbano. Professou seus votos religiosos simples na Ordem Basiliana Salvatoriana em 1949, e seus votos religiosos solenes em 1954.
Recebeu sua educação religiosa e filosófica no Seminário de São Salvador, em Joun, Líbano. Terminou seus estudos com a graduação em Teologia em Roma, sendo ordenado sacerdote em 1959 na Igreja da Abadia de Grottaferrata, que fica ao sul da cidade.
O futuro patriarca recebeu um doutorado em Teologia Oriental pelo Pontifício Instituto Oriental em Roma depois de sua ordenação. Serviu então como superior do Seminário Maior São Salvador de 1961 a 1964. Neste período, em 1962, fundou a revista Al-Wahdah - Unidade na Fé, a primeira revista ecumênica a ser publicada em árabe.
Também fundou uma série de orfanatos e escolas técnicas.
Em 1981, foi ordenado arcebispo pelo Patriarca Máximo V.
Em 29 de novembro de 2000, foi eleito patriarca, sucedendo Máximo V Hakim, que resignou com 92 anos por causa de saúde prejudicada, e morreu sete meses depois.
Assumiu o nome de Gregório ("vigilante", em grego) depois do do Patriarca Gregório II Youssef, o último de sua ordem que tinha sido eleito patriarca (1864-1897).
Em 8 de maio 2008, juntamente com outros Bispos e Arquimandritas Melkitas, foi acolhido em Vaticano pelo Papa Bento XVI.
De 5 à 17 de agosto 2010 visitou o Brasil,passando por Boa Esperança onde se reuniu à Dom Spiridon Mattar


Atual Eparca da Eparquia Greco-Melquita no Brasil

Dom Joseph Gébara (10 de junho de 1965) é um bispo católico libanês do rito bizantino, atual eparca de Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo.
Depois de seus estudos institucionais, ele obteve uma licenciatura em filosofia no Instituto Teológico de São Paulo, em Harissa(1995) e um mestrado em teologia no Instituto Católico de Paris (1998) e um diploma de Estudos Avançados (DEA) em patrística(2000) e doutorado em história das religiões e da antropologia religiosa (2003) pela Universidade de Sorbonne, em Paris.
Ele foi ordenado sacerdote para a Arquieparquia de Beirute e Jbeil dos greco-melquitas em 10 de julho de 1993. Tendo realizado o serviço pastoral na igreja de Saint Elie Dekwaneh (1993-1995), durante os estudos de pós-graduação em Paris, ele trabalhou nas paróquias Saint-Julien-le-Pauvre (1996-1998) e Notre-Dame des Champs, em Montparnasse (1998-2003). Ele voltou para o Líbano em 2003, foi nomeado pároco da igreja de Notre-Dame da Libertação de Hadath. Ela foi Deão do terceiro distrito de Beirute (2006-2011).
Foi nomeado bispo-coadjutor da Eparquia Greco-Melquita Nossa Senhora do Paraíso em 31 de outubro de 2013, sendo consagrado em 21 de dezembro, tendo como sagrante o Patriarca Greco-Melquita de Antioquia e de todo Oriente, Alexandria e Jerusalém Gregório III Laham. Sucedeu ao eparca Farès Maakaroun após a sua renúncia.

Ele fala árabe e francês e conhece as línguas clássicas.





Eparquia Greco-Melquita Nossa Senhora do Paraíso

Eparquia Greco-Melquita Nossa Senhora do Paraíso, ou Eparquia Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo dos Greco-Melquitas (em latim Eparchia Dominae Nostrae Paradisis S. Pauli Graecorum Melkitarum) é uma circunscrição eclesiástica da Igreja Greco-Católica Melquita no Brasil, sendo uma das igrejas Sui Iuris em comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana.




Dom Spiridon, exemplo de OBEDIÊNCIA


        Em sua Ordenação Sacerdotal o jovem Spiridon prometia obediência.
        Mesmo depois de Padre, Bispo, Eparca, e Eparca Emérito sempre deu o exemplo de obediência, sobretudo aos outros sacerdotes que o conheceram. Enquanto esteva na Diocese da Campanha-MG, onde residiu ao se emeritar até o seu falecimento, sempre esteve atento às palavras do Bispo Diocesano.




Nesta foto percebemos o carinho com que se tratavam o nosso atual Bispo Diocesano, Dom Diamantino, e Dom Spiridon.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Missa de Inauguração da Igreja Cristo Ressuscitado

        A Igreja do Cristo ressuscitado foi uma das Igrejas que este nosso santo homem construiu na cidade de Boa Esperança - MG. Como as outras 2 que construiu (1 em Boa Esperança e 1 em Campos Gerais), foi construída em um bairro simples da cidade.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

D. Sipiridon, grande homem, padre e bispo da Igreja Católica Greco-Melquita

 História da Igreja Católica Greco-Mequita


        Criada em Antioquia, é a mais antiga Igreja enquanto instituição do mundo e é a única entre as orientais que não é uma Igreja nacional, apesar de estar intimamente ligada à Síria. Seu Patriarcado envolve três sés apostólicas: Antioquia, Jerusalém e Alexandria, chamando-se Patriarcado Greco-Melquita de Antioquia e de todo Oriente, Alexandria e Jerusalém.
        O nome Melquita vem de mèlek que é a raiz siríaca para palavras como "rei", "real" e "reino". Todos aqueles que ficaram ao lado do imperador bizantino Marciano no Concílio de Calcedônia em 451, defendendo a realidade das duas naturezas de Cristo, foram pejorativamente apelidados de "reais" pelos monofisistas.
        Com o tempo, o nome foi usado para designar especificamente os cristãos bizantinos de Antioquia, Alexandria e Jerusalém, que passaram a humildemente aceitar a alcunha jocosa que lhes conferiram.
        Já a adjetivação de sua catolicidade - "greco" - vem do fato de os então futuros melquitas, assim como os outros cristãos que habitavam o Império Bizantino, antigo Império Romano, serem chamados pelos muçulmanos de rumi, "romanos", uma identidade que veio a ficar estreitamente ligada à lingua que falavam: o grego, tanto que ambos nomes se tornaram sinônimos. Tal ligação com o Império Bizantino veio acrescentar alguns elementos bizantinos ao seu rito antioqueno de origem, tornando-o conhecido como rito bizantino. Assim, Igreja Melkita passou a ter, assim, a Divina Liturgia escrita por São João Crisóstomo e São Basílio de Cesareia.
        Ainda como elemento de identidade, a Igreja Melquita é árabe. Seu processo de arabização começou desde segunda metade do século VIII. Foi a primeira igreja a usar o árabe como língua litúrgica, e teve como um dos seus filhos o primeiro escritor cristão que escreveu regularmente em árabe, Teodoro Abuqurra (ca. 755 - ca.830).
        Depois do Grande Cisma que ocorreu em 1054, a Igreja Melquita não manifestou nenhuma posição unilateral entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, tentando preservar sua comunhão com ambas as igrejas. Mas, em 1724, dado às circunstâncias históricas, como a atuação de missionários europeus, grande parte dos melquitas declaram comunhão visível com a Igreja Católica, criando assim duas vertentes dos melquitas: os católicos (também chamados de uniatas) e os ortodoxos, os quais vieram a ser conhecidos como antioquenos.
        No entanto, os melquitas continuaram a se considerar ortodoxos, por sua fidelidade aos sete primeiros concílios ecumênicos e à tradição oriental, tendo apenas algo a mais que é a comunhão com Roma. E, com o tempo, adquiriram uma nova missão: testemunhar a fidelidade à tradição oriental junto ao resto da Igreja Católica, para prepará-lo a aceitar plenamente a Igreja Ortodoxa.
        Dom Spiridon se realizou sendo padre da Igreja Greco-Melquita, depois Bispo e depois Eparca da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso no Brasil. Todo este tempo e estas funções não o afastaram do desejo de fazer o bem a todo custo. Ao ficar emérito da Eparquia se instalou no Sul de Minas atuando nas cidades de Boa Esperança e Campos Gerais. Lugares em que deixou um grande legado de amor ao próximo e de doação à causa de Jesus.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Bispo santo de Deus para o seu povo

        Dom Spiridon nasceu em Beirute em 1 de março 1921 e foi ordenado padre em 20 de julho de 1946 em Jerusalém.
          Estudou Teologia e Filosofia no Seminario Sta. Ana em Jerusalém, Palestina.
        Foi secretário no bispado, Beirute, Líbano; Pároco de Nossa Sra. da Providência; Superior do Colégio e da Escola São Basílio; Vigário Geral em Beirute; Presidente do Tribunal Eclesiástico - Patriarcal; Pároco da Paroquia São João Crisóstomo (Capelão).
        Foi nomeado eparca da Eparquia de São Paulo, Brasil, em 22 de junho 1978 e consagrado em Harissa, Libano, em 20 de julho seguinte. Aposentou-se em 18 de setembro de 1990. Atuava no Santuário do Bom Jesus, em Boa Esperança, Minas Gerais., onde construiu 2 Igrejas - Bom Jesus e Cristo Ressuscitado, além da Igreja de São José Operário que construiu na cidade de Campos Gerais - MG.
        Em 25 de julho de 2014, aos 93 anos, morre na cidade de Boa Esperança, Minas Gerais. Dia triste para o povo Esperancence que o acolheu e foi acolhido em seu coração, mas também triste para todos os que tiveram a graça de estar em sua presença em vida. Foi sepultado ao lado do Santuário Bom Jesus que ele mesmo construiu, como desejava.

        Toda a sua vida é um grande exemplo para todos os fiéis, em especial para nós que almejamos o sacerdócio.